Todas as pessoas, em alguma fase de suas vidas, sofrerão uma perda- seja a de um ente querido,um emprego, um amor, a saúde. Seria como estar perdido em meio a um deserto, vivenciando a aridez, a solidão, a desesperança. No entanto, o importante é jamais se deixar ficar aprisionado nesse imenso deserto.
Como podemos nos ajudar, diante desses encontros com tantos períodos ruins?
Como assumir a própria cura?
Não se envergonhe de estar sofrendo. Jamais se envergonhe de chorar. As lágrimas são apenas um sinal de que você está lutando contra um dor violenta, um sofrimento intenso,emoção forte e esse é o único meio de poder extravasar.
e não importa se a aflição demora algum tempo para surgir, desde que ela consiga vir a tona. Muitas vezes, a pessoa não consegue demonstrar a dor imensa que está sentindo.Porém, tempos depois, ela explode em prantos e sente como se o mundo lhe tivesse sido retirado dos ombros. Essa demora em demonstrar o que está sentindo é a primeira linda de defesa que protege a consciência de algum fato desagradável ou intensamente doloroso. O processo de cura só terá início quando a natureza lhe tiver dado tempo suficiente para compreender toda a extensão da sua dor e ajudá-la a superar.
Ter raiva é bastante natural, porém ela pode ser liberada de uma forma proveitosa. Se adequadamente analisada, pode auxiliar na sua recuperação. Muitas vezes, a raiva, quando bem dirigida, provoca emoções positivas, fazendo com que todo aquele sentimento se transforme em energia construtiva. Algumas vezes, serve de estímulo à grandes decisões.
Um outro grande obstáculo à pessoa viver bem é, após uma perda, o sentimento de negação. Ao invés de enfrentar o que aconteceu, muitas pessoas tentam preencher aquela sensação de vazio procurando uma válvula de escape. Quem nunca bebeu, começará a ber; uma mulher que nunca teve problemas de peso, começará a comer compulsivamente; outros, sem aceitar o que lhes aconteceu, tentarão " fugir" utilizando outras rotas de fuga. O que as pessoas esquecem é que não se pode fugir dos problemas. Eles estão aí, surgem muitas vezes da nossa própria incapacidade de coordenar a nossa vida. A única coisa que é o certo é enfrentar cada problema de frente. Admitir o fracasso é a parte mais difícil, mas necessária para que se possa dar continuidade e razão à própria vida.
Quando alguém sofre um grande abalo, recomenda-se que, depois de algum tempo, retorne às atividades rotineiras. O trabalho será um grande auxiliar para a normalização novamente do dia a dia. É muito importante que as pessoas tentem e forcem a concentração em outros assuntos, em outras coisas, além da sua dor. Essa não será apagada, é claro, mas, com um pouco de esforço, será amenizada e muito. Tão logo decida continuar a viver normalmente, junte-se a grupos de apoio, a amigos dedicados e a pessoas que tenham passado por problemas semelhantes. Abrir o coração conforte a ajuda a manter o equilíbrio.
A ideia de que existem inúmeras coisas para serem feitas reforça o fato de que a pessoa estará construindo um futuro mais saudável. Planeje, programe-se e isso aliviará muito todas as tensões causadas pelo abalo sofrido.
Muitas pessoas que passam por experiências traumáticas acabam por optar em executar ações importantes, tais como fundando ongs, escrever livros, fazer palestras, trabalhos de conscientização social. Isso faz com que elas descubram serem possuidoras de uma força poderosa canalizada para ajudar a elas mesmas e a outras pessoas.
muitas pessoas, diante de uma dor intensa, perguntam se essa dor irá passar. Vai passar sim, mas pode levar um longo tempo. Isso depende da disposição, do apoio encontrado no seu ambiente , se recebeu auxilio e se fez a sua parte. Geralmente, a pessoa que sofreu um abalo precisará de tempo e seu ritmo de recuperação não será o mesmo de outras pessoas. Cada um reage de maneira diferente, pois não existem pessoas com o mesmo grau de intensidade em relação a sentimentos. Cada pessoa é diferente da outra e isso deve sempre ser levado em conta.
Acredite, cada dor tem sua parada. Ela vem intensa mas parte com suavidade. Esteja preparado, pois ninguém consegue dela escapar. Mas, pelo menos, prepare-se para que, quando o impacto vier, tenha força e equilíbrio para enfrentá-la com garra e muita coragem. E depois que ela se for, você poderá afirmar: " Ainda estou aqui"!
De L.A.Lima ...baseada em Collim Perry...1989
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