sábado, 29 de março de 2014

MULHERES VOTAM NOS EUA

        TRIUNFO NO BERÇO DO SUFRAGISMO

Em 18 de agosto de 1920, as mulheres americanas puderam celebrar o fim de uma árdua  luta. Naquele dia, o presidente dos Estados Unidos ratificou a 19 emenda à Constituição aprovada no ano anterior pelo Congresso. A emenda estabelecia que o direito do voto não seria negado ou restringido com base no sexo do cidadão. Tinha sido longo o caminho até ali. O país, berço do moderno movimento pelo sufrágio feminino, já registrava reivindicações isoladas desde a época colonial _ como a de Margareth Brent, que em 1647, em Maryland, exigiu participar da Câmara local. O fato de que sua  petição chegou a ser debatida, porém, devia-se mais a sua posição social como grande proprietária de terras do que a um anseio de fazer justiça às mulheres.


O movimento organizado pelo voto feminino surgiu na primeira metade do século XIX e, durante algum tempo esteve associado ao movimento pela abolição da escravatura, causa que  as americanas abraçaram com fervor. Tanto que foram a Londres participar da Convenção Mundial Anti-Escravagista, em 1840. A discriminação sofrida no encontro _ a convenção recusou-se a reconhecer as delegadas, por serem mulheres _ fez com que elas  organizassem a primeira convenção pelos direitos da mulher, em julho de 1848, em Seneca Falls, Nova York. Ali foi elaborada uma " Declaração de Sentimentos" baseada na Declaração de Independência americana. O documento é um clássico da indignação.
Não era para menos. Pela lei americana, o homem podia privá-la de liberdade e espancá-la ( desde que o bastão não fosse mais grosso que o seu polegar) e era dono legítimo de todas as propriedades da esposa, que não podia assinar contratos nem deixar testamentos. Apesar de terem sido apoiadas por vários intelectuais da época, grande parte da população e da imprensa as atacava, chamando-as de antifemininas, bêbadas e histéricas. Com frequência, ao sair às ruas para divulgar suas ideias eram violentamente agredidas.
Depois da Guerra Civil Americana, o movimento ganhou novo impeto. Em 1869, por pressão dos  abolicionistas, o Congresso aprovou o voto sem discriminação " de raça, cor ou sexo". Os abolicionistas argumentaram que aquela era a hora dos homens negros _ as mulheres poderiam esperar um pouco mais.
Foram formadas duas grandes associações nacionais. Uma  achava que a luta deveria ser federal. A outra defendia conquistas estado por estado. Em 1890, quando o voto feminino era realidade apenas no território de Wyoming, os dois grupos se fundiram na Associação Nacional Americana pelo Sufrágio Feminino.
Colorado ( 1893), Utah e Idaho( 1896), Washington ( 1910), Califórnia (1912) e Nova York ( 1917) foram os estados que se anteciparam à emenda constitucional de 1920.


Fonte:O Globo 2000...n 08...p.190

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