Ser velho hoje não é nada do que muita gente pensa. Quase todos estereotipam as pessoas de idade como sendo improdutivas, solitárias, doentes, pessimistas e desprezadas. Na realidade, a maior parte das pessoas idosas são estáveis, sentem-se à vontade, preocupam-se menos com os problemas de saúde e bem estar e são bem menos solitárias do que os outros imaginam.
Um exemplo de ideia errônea muito difundida hoje em dia é que as pessoas de idade na maioria são alienadas de sua família. A verdade é que a gente vive com a família e vê os filhos e netos com frequência. São relativamente poucos os velhos que moram sozinhos ou com estranhos ou instalados em asilos.
Ideia errônea: Grande número de idosos vivem em asilos, vendo evaporarem-se seus dias em estéril melancolia.
Realidade: Apenas uma pequena porcentagem vive em instituições de qualquer espécie. E muitos dos que vivem em hospícios, ali foram internados quando mais jovens e não por senilidade; muitos envelheceram nesses lugares.
Ideia errônea: As realizações e a capacidade chegam ao auge na mocidade, depois decaem rapidamente.
Realidade: Esta ideia errônea baseia-se em grande parte em biografias de homens de sucesso, muitos dos quais viveram numa época em que a vida era mais curta. A criatividade pode persistir no auge nos anos mais avançados, sobretudo em campos como a matemática, as invenções, a botânica, humanidade. A habilidade do estadista tende a aumentar com a idade e nos ramos do pensamento abstrato, como lógica e filosofia, a capacidade máxima ocorre entre as idades de 45 e 83 anos. A decrepitude mental não é inevitável na idade avançada.
Há poucos fatos que corroborem a ideia paralela de que burro velho não toma ensino. Os testes de inteligência mostram que as pessoas de certa idade se saem muito bem, mesmo quando se trata de aprender novas tarefas, sobretudo se não as apressarem. Um estudo parece indicar que as diferenças na avaliação da capacidade mental aparente devem-se ao fato de estarem as gerações mais jovens familiarizadas com tais testes.
A inatividade é outro mito. Revelam as pesquisas que as pessoas de mais de 60 anos passam muito menos tempo do que as de 20 distraindo-se com o rádio e a a televisão. Outra suposição falha é que as pessoas idosas são rabugentas e ranzinzas. Certos estudos indicam que os velhos tem pelo menos uma coisa em comum com muitos jovens: ambos parecem sentir-se em geral mais felizes e mais satisfeitos consigo mesmos e com seu modo de vida do que as pessoas de meia idade, que duvidam de si mesmas.
É importante nos libertarmos das ideias errôneas, profundamente arraigadas, a respeito da velhice, pois elas podem prejudicar gravemente as próprias pessoas idosas. Muitas se resignam a se tornar aquilo que pensam que elas são. Mais do que em qualquer outro aspecto isso é impressionante no comportamento sexual.
A aversão à ideia de que as pessoas idosas devam ter qualquer espécie de vida sexual permanece inabalável e frequentemente constitui um obstáculo intransponível a uma vida bem ajustada. Pesquisas provaram que o interesse sexual não desaparecem inevitavelmente com o avançar dos anos. O que diminui é a atividade sexual _ e nem sempre por indiferença. Um poderoso fator inibidor é a atitude de outras pessoas, inclusive das gerações mais jovens. É comum não terem as pessoas idosas momentos de intimidade suficientes. O Dr. Eric Pfeiffer, autoridade em sexo e velhice afirmava que " sexualmente, as pessoas de idade são privadas de seus direitos"!
Segundo seus estudos, as atitudes prevalecentes sobre o assunto podem ter raízes na crença tradicional de que sexo relaciona-se com a procriação. Na realidade, é a sociedade que assim determina, e não a natureza. Outros grupos etários obtiveram a liberdade de usufruírem do sexo por puro prazer. E, em círculos mais s amplos, isso não é pecaminoso, mas sim, saudável.
Se o sexo é vital para uma vida perfeita, o trabalho o é ainda mais. O mal causado aos velhos por ideias estereotipadas neste setor talvez seja ainda mais prejudicial. Por motivos que nada tem a ver com suas aptidões, muitas pessoas idosas são excluídas de empregos, o que faz com que os velhos formem um grupo financeiramente destituído.
Os empregadores relutam em contratar pessoas idosas e observam rigorosamente a idade fixada para aposentá-las. Tal atitude originou-se em parte devidos as leis da aposentadoria. Outro fator critico é a de que empregados idosos faltam muito, adoecendo com frequência. No entanto, pesquisas revelaram que os trabalhadores mais velhos tem uma média de comparecimento superior em 60% ao de seus colegas mais jovens, sofrendo além disso, menos acidentes de trabalho embora possam levar mais tempo para recuperar-se de doenças ou ferimentos.
Salientam os especialistas que as pessoas idosas tem certos talentos exclusivos a oferecer. Em trabalhos de assistência social, por exemplo, podem ser dotadas de visão mais ampla, menos egoísta, não sendo tão facilmente impelidas por ambição ou interesses próprios.
Já não vale a ideia de que a sociedade só pode proporcionar um número limitado de empregos e que seria lógico excluir os mais velhos. São ilimitados os bens e serviços necessitados e desejados pela sociedade. Entre os maiores recursos que poderiam ser canalizados para esses fins figuram a experiência, a capacidade e a dedicação das pessoas idosas.
Muito depende da disposição geral de fazer com isso aconteça. Para tanto, os preconceitos a respeito da velhice terão se ser abandonados.
Conforme disse certa vez Golda Meir, Primeiro-Ministro de Israel:"_ Ter 70 anos não é pecado"!
Baseado em Family Health...MAE RUDOLPH
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