sábado, 29 de março de 2014

O MASSACRE DE AMRITSAR

                      QUINHENTOS MORTOS EM DEZ MINUTOS


Para os 15.000  indianos reunidos em um parque na cidade de Amritsar, tudo indicava que aquele 13 de abril de 1919, um domingo, seria pacífico.Apesar dos distúrbios ocorridos em todo o país por causa da ditatorial Lei Rowlatt, havia muitas mulheres e criança no local e um festival hindu estaca sendo celebrado. A surpresa tomou conta de todos quando um pelotão de 50 soldados, fortemente armados, entrou no parque. A fuzilaria contra a multidão desarmada durou 10 minutos, deixando 500 mortos e 1.500 feridos. Os soldados, sob as ordens do general irlandês Reginald Dyer, foram embora e o massacre de Amritsar, como ficaria sendo conhecida a carnificina, chocou o mundo e aumentou os ressentimentos dos indianos contra os ingleses, que dominavam a região desde  o século XVIII.


A Lei Rowlatt que entrara em vigor em março, dera à autoridades britânicas poderes para prenderem extremistas indianos por até dois anos, sem julgamento. Logo em seguida foi declarada uma greve geral no país. Este movimento, assim como a organização de diversos protestos não violentos, estava sendo liderado por um advogado indiano, recém-chegado da África do Sul, que se tornaria mundialmente famosos: Gandhi.
Apesar da pregação de paz, que ganhava cada vez mais adeptos e receberia elogios até do Governo britânico, o uso da violência era constante pelos grupos extremistas desde o fim da Primeira Guerra Mundial, em 1918, conflito no qual muitos soldados indianos perderam a vida em defesa da Coroa Brtitânica.

GRIPE ESPANHOLA

      O TERROR  MISTERIOSO QUE MATOU 20 MILHÕES DE PESSOAS




Era a primavera de 1918. A Primeira Guerra Mundial se aproximava do fim. Subitamente, os soldados começaram a cair doentes, com febres, dores e mal estar generalizado. Em poucas semanas, a gripe misteriosa varria acampamentos militares nos Estados Unidos e trincheira na Europa. Daí para as populações civis foi um pulo: em menos de um ano, a mais destrutiva epidemia da História já havia se alastrado por todos os continentes. Com sua dispersão facilitada pelas carências típicas de um tempo de guerra, fez mais de um bilhão de doentes, metade da população do mundo. E matou mais de 20 milhões de pessoas.


Ninguém sabe a origem do vírus que matou mais gente em um ano do que a guerra em quatro. O nome gripe espanhola deve-se à virulência com que atacou a Espanha, cujo rei foi uma das primeiras vítimas. Nos hospitais americanos instalados na França foram tratadas 70.000 pessoas, 30% das quais morreram. Mas a tragédia maior foi na África e na Ásia. Em Tânger, os cortejos fúnebres engarrafavam estradas. Na India, onde a doença matou 4% da população, os mortos eram empilhados nas ruas. Na China, as cenas eram igualmente dramáticas. Daí a epidemia também ter ficado conhecida como gripe asiática.


No Brasil, o vírus chegou em outubro, pelo porto do Rio de Janeiro. Só naquele mês, contaram 12.000. Logo morreria até o presidente eleito, Rodrigues Alves, antes de tomar posse, ao ser eleito pela segunda vez em 1919.


A epidemia acabou subitamente como tinha começado. Deixou um saldo com crescente interesse médico pela epidemiologia e pela pesquisa de vacinas. Mas só em 1933 cientistas britânicos identificaram o vírus que impingira tanto medo e sofrimento ao mundo.



MULHERES VOTAM NA GRÃ- BRETANHA

      SUFRAGISMO SAI DA GUERRA VITORIOSO


As mulheres britânicas tiveram que empunhar muitas bandeiras ( literalmente), lançar centenas de pedras e palavras de ordem, fazer repetidas greves de fome e promover bastante confusão até conseguirem conquistar, em 1918, o direito do voto. À exemplo do que ocorria nos Estados Unidos, berço do moderno movimento pelo sufrágio feminino, na Grã-Bretanha no século XIX circulava o princípio de que o voto para as mulheres perturbaria a ordem social e iria de encontro a uma certa vocação natural da feminilidade. Era uma ideia de homens, é claro, mas não de todos eles  e não apenas eles. A rainha Vitória engrossava as fileiras dos adversários ferrenhos do voto feminino, vários parlamentares mantinham a questão na ordem do dia, como o filósofo e economista John Stuart Mill, que ajudou  afundar, em 1865, a primeira associação pelo voto feminino.


Em 1897, a criação da União Nacional das Associações de Sufrágio das Mulheres deu novo impulso ao movimento. Cinco anos depois, a feminista Emmeline Pankhurst, insatisfeita com os métodos brandos da União, desligou-se do grupo, criando a União Social e Política das Mulheres. As sufragistas lideradas por Emmeline eram destemidas e agressivas.

 Jogavam pedras em prédios do Governo, destruíam obras de arte, interpelavam os parlamentares e chegavam a protagonizar gestos extremos, como o de se jogar diante do cavalo do rei durante uma prova de turfe, como fez, em 1913, Emily Davison, transformada, com a sua morte, em mártir do movimento.

 Elas eram presas com frequência, faziam regularmente greves de fome na prisão e só relaxaram em sua determinação quando estourou a Primeira Guerra Mundial.

     EMMELINE PANKHURST


Naquele momento, a causa feminista perdeu espaço para a causa da guerra. Entre 1914 e 1918, as mulheres dedicaram-se ao país, a princípio como enfermeira e médicas, depois ocupando os postos de trabalho vagos com a mobilização masculina. Emmeline Pankhurst mudou o titulo de seu jornal de " The Suffragette" para " Britannia". Mas, mesmo assim, as sufragistas não perdiam uma oportunidade de lembrar que a luta continuava. Em 1915, após o afundamento do navio-hospital " Anglia", episódio no qual morreram dezenas de mulheres, um jornal que apoiava a causa sufragista reivindicou: " Direito de voto para as heroínas como para os heróis".


A contribuição das mulheres para o esforço britânico de guerra acabou sendo determinante para a conquista do voto feminino. Este foi concedido em fevereiro de 1918, através de uma que que universalizava o voto masculino ( até aquele momento bastante antidemocrático, fundamentado na residência e na propriedade) e instituía o sufrágio feminino para as esposas, chefes de família e universitárias com 30 anos ou mais.
Com esse alcance restrito, ficavam excluídas do direito do voto cinco dos doze milhões de mulheres adultas. A igualdade política integral com os homens só seria obtida em 1928, quando o Parlamento reduziu a idade mínima de voto para 21 anos. Mais  tarde, todos passaram a votar com 18 anos.
                    EMILY DAVISON



Um ano depois de as mulheres ganharem direito ao voto na Grã-Bretanha, a primeira  chegou ao parlamento: Nancy Astor, nascida nos Estados Unidos e membro do Partido Conservador, venceu a eleição especial para a cadeira deixada vaga por seu marido Waldorf Astor.


                     NANCY ASTOR

Fonte...O Globo...Edição especial 2000...n.08...p.174/ 180

MULHERES VOTAM NOS EUA

        TRIUNFO NO BERÇO DO SUFRAGISMO

Em 18 de agosto de 1920, as mulheres americanas puderam celebrar o fim de uma árdua  luta. Naquele dia, o presidente dos Estados Unidos ratificou a 19 emenda à Constituição aprovada no ano anterior pelo Congresso. A emenda estabelecia que o direito do voto não seria negado ou restringido com base no sexo do cidadão. Tinha sido longo o caminho até ali. O país, berço do moderno movimento pelo sufrágio feminino, já registrava reivindicações isoladas desde a época colonial _ como a de Margareth Brent, que em 1647, em Maryland, exigiu participar da Câmara local. O fato de que sua  petição chegou a ser debatida, porém, devia-se mais a sua posição social como grande proprietária de terras do que a um anseio de fazer justiça às mulheres.


O movimento organizado pelo voto feminino surgiu na primeira metade do século XIX e, durante algum tempo esteve associado ao movimento pela abolição da escravatura, causa que  as americanas abraçaram com fervor. Tanto que foram a Londres participar da Convenção Mundial Anti-Escravagista, em 1840. A discriminação sofrida no encontro _ a convenção recusou-se a reconhecer as delegadas, por serem mulheres _ fez com que elas  organizassem a primeira convenção pelos direitos da mulher, em julho de 1848, em Seneca Falls, Nova York. Ali foi elaborada uma " Declaração de Sentimentos" baseada na Declaração de Independência americana. O documento é um clássico da indignação.
Não era para menos. Pela lei americana, o homem podia privá-la de liberdade e espancá-la ( desde que o bastão não fosse mais grosso que o seu polegar) e era dono legítimo de todas as propriedades da esposa, que não podia assinar contratos nem deixar testamentos. Apesar de terem sido apoiadas por vários intelectuais da época, grande parte da população e da imprensa as atacava, chamando-as de antifemininas, bêbadas e histéricas. Com frequência, ao sair às ruas para divulgar suas ideias eram violentamente agredidas.
Depois da Guerra Civil Americana, o movimento ganhou novo impeto. Em 1869, por pressão dos  abolicionistas, o Congresso aprovou o voto sem discriminação " de raça, cor ou sexo". Os abolicionistas argumentaram que aquela era a hora dos homens negros _ as mulheres poderiam esperar um pouco mais.
Foram formadas duas grandes associações nacionais. Uma  achava que a luta deveria ser federal. A outra defendia conquistas estado por estado. Em 1890, quando o voto feminino era realidade apenas no território de Wyoming, os dois grupos se fundiram na Associação Nacional Americana pelo Sufrágio Feminino.
Colorado ( 1893), Utah e Idaho( 1896), Washington ( 1910), Califórnia (1912) e Nova York ( 1917) foram os estados que se anteciparam à emenda constitucional de 1920.


Fonte:O Globo 2000...n 08...p.190

TRANSMUTAÇÃO DOS ELEMENTOS

           FÍSICO INGLÊS FABRICA OXIGÊNIO


Em 1919, o físico britânico Ernest Rutherford já tinha o reconhecimento público por seu trabalho. Aos 48 anos, ostentava em seu currículo um Premio  Nobel pela descrição da estrutura do átomo e a descoberta dos três principais componentes da radioatividade, as partículas Alfa e Beta e os Raios Gama. Era também cavaleiro do Império Britânico. Mas sua capacidade criativa continuava a pleno vapor. Em seu laboratório na Universidade de Manchester, experimentava sem cessar, bombardeando átomos de nitrogênio, oxigênio e gás carbônico com as partículas que descobrira.
Foi assim, que em 1919, ele realizou um feito perseguido desde a Idade Média pelos alquimistas: a transmutação de um elemento em outro. Ao bombardear átomos de nitrogênio com partículas alfa, obteve átomos de oxigênio. Observou que a transformação do nitrogênio em oxigênio resulta de um processo pelo qual o núcleo do átomo se altera, dando lugar a um átomo diferente, e batizou esse processo de "desintegração nuclear".

É verdade que os alquimistas medievais queriam descobrir o segredo da transmutação dos elementos para produzir ouro e Rutherford só obteve oxigênio, que existe de graça no ar. Mas, abriu caminho para o desenvolvimento de técnicas que valem mais do que o ouro. Em 1932, James Chadwick bombardeou núcleos de berílio com partículas alfa e descobriu o nêutron ( até então só se conhecia o próton e o elétron). No mesmo ano, Carl David Anderson usou método semelhante e descobriu uma nova partícula de massa igual à do eléctron, porém com carga elétrica positiva, a qual batizou de pósitron.
Finalmente em 1939, os alemães Otto Hahn e Fritz Strassmann obtiveram pela primeira vez a fissão nuclear, reação em que  o núcleo se fragmenta num par de produtos radioativos de massa atômica ,menor. Diretamente inspirado em Rutherford, o feito resultou em usinas nucleares e bombas atômicas.

Fonte: O Globo 2000....n. 08...p 184

POPULAÇÃO BRASILEIRA

No ano de 1920 foi feito o Quarto Recenseamento Nacional , que  revelou uma população de 30,6 milhões no Brasil. No mesmo ano, o censo americano registrava 105 milhões de pessoas.
Desde 1872, São Paulo subira do 11* para o segundo lugar entre as maiores cidades brasileiras: com meio milhão de habitantes_ atrás da capital, Rio de Janeiro_ já tinha o tamanho da cidade de Los Angeles.



No Recenseamento feito em 2011, São Paulo  registrou  11,32 milhões de habitantes.
 Hoje,São Paulo, com 11,37 milhões de habitantes, é a cidade mais populosa do Brasil, seguida de Rio de Janeiro (6,39 milhões), Salvador (2,71 milhões), Brasília (2,64 milhões) e Fortaleza (2,50 milhões).

sexta-feira, 28 de março de 2014

A CORAGEM DE CONFIAR

         É NECESSÁRIO TER CONFIANÇA


Aumentando a nossa capacidade de esperar o melhor da parte dos outros, de oferecer-lhes nossa confiança, poderemos enriquecer imensamente as nossas próprias vidas.
Em nossa vida diária, uma atmosfera de confiança é tão necessária como o ar ou a água para a nossa sobrevivência. Não poderemos ser nós mesmos se não pudermos confiar nas pessoas que nos rodeiam; como estamos aprisionados atrás de nossas máscaras quando não nos atrevemos a abrir-nos com os outros! E mantermos " fechada a guarda"  o tempo tempo paralisa a nossa energia psíquica. É necessário confiar no amor para amar e ser amado.
Na presença dos que confiam em nós, sentimo-nos seguros e livres.Não somos apenas o guarda de nosso irmão; de inúmeras maneiras, em coisas grandes e pequenas, somos também o criador de nosso irmão. Por meio de nossa confiança ou desconfiança, nós o modelamos.

A confiança é a disposição  para jogar no fato básico das boas intenções.
todas as belas relações humanas dependem de confiança. A luta da professora está quase ganha no dia em que ela é capaz de convencer a criança delinquente que ela não quer lhe fazer mal; os psiquiatras passam a maior parte do seu tempo tentando induzir seus perturbados pacientes a confiarem neles a fim de que a cura possa ser processada.
" Precisamos gostar das pessoas e confiar nelas para não fazer uma trapalhada completa desta nossa vida", escreveu o romancista E. M. Foster.
Por que os seres humanos acham tão difícil confiar uns nos outros? A principal razão é que tem medo. Medo de serem rejeitados, desmascarados, humilhados, depreciados.
Para aumentar a nossa capacidade de confiarmos uns nos outros, primeiro  precisamos ter fé em nós mesmos.Alguém disse, certa vez, que sentia muito medo de pessoas assustadas. De fato, a pessoa que se sente inferior e vive  sempre se depreciando, não consegue confiar nos outros. Mas acreditarmos em nosso valor não quer dizer que não vejamos nada de errado em nós. Devemos acreditar em nós mesmos como acreditamos nos outros, porque nós também estamos tentando fazer o que achamos ser o certo, mesmo de maneira defeituosa.
A confiança exige realismo. " É arriscado confiar nas pessoas, pois podemos ser enganados", dizem. Eles  tem razão, quando se confiar nas pessoas signifique que elas jamais farão nada de errado. A confiança não pode se fundamentar em ilusões.O insensível não ficará sensível da noite para o dia; o tagarela não guardará forçosamente o seu segredo. O mundo não é um inocente lugar de recreio onde todos nos desejam bem e temos de enfrentar esse fato.
A verdadeira confiança não quer dizer ingenuidade. É, antes , a aceitação resoluta da outra pessoa tal como ela é, e uma procura sensível do que ela tem de melhor.
Nem sempre a confiança sairá vencedora. " O homem que confia nos outros cometerá menos enganos do que o que desconfia deles", afirmou o grande estadista italiano Conde Camillo di Cavour.
Nenhuma grande realização humana jamais foi conseguida sem confiança. Nem homem algum alcançou grandeza sem confiar. Confia nos homens e eles te serão fiéis. Trata-os com grandeza e eles se revelarão grandes", afirmou o escritor Ralph Waldo Emerson.
Confiança é tudo na vida do ser humano. Mas, a precaução também!

Baseado  em:
ARDIS WHITMAN
Seleções Reader's Digest... 1969