sábado, 12 de janeiro de 2013


RELIGIÃO AFRO


     Localizada na costa do Atlântico de Benim, Ouidah, outrora um grande porto de escravos, hoje tem uma população de aproximadamente 80 mil pessoas. Benim é historicamente o berço da fé Vodun na África Ocidental, mais conhecida no ocidente como “vodu”, e Ouidah é mais ou menos o seu Vaticano, hospedando uma conferência anual sobre o Vodun. A cidade também ostenta um famoso templo do píton vodu.
     Embora o Vodun adquira uma grande variedade de formas em diferentes partes do mundo, é um movimento extremamente sincretista que provém das mágica e culto tradicionais tribais africanos, por vezes misturando isso com elementos do cristianismo, particularmente do catolicismo. Os praticantes geralmente reconhecem uma única divindade assistida por ajudantes conhecidos como Orishas.
     Em Benim, hoje, estima-se que 18% da população, o que equivale a 1,6 milhões de pessoas, são praticantes do vodu, tornando-o o terceiro maior grupo religioso no país, após católicos e muçulmanos… e muitos destes católicos e muçulmanos mantêm uma considerável porção de crenças e costumes que têm sua origem no vodu. 10 de janeiro é marcado em Benim como o “Dia do Vodu”.
    Mundialmente, estima-se que o número total de praticantes do Vodu alcance 30 a 60 milhões.
                Milhares de adeptos do "voduísmo" se reúnem durante dez dias no Benin, num festival para celebrar os espíritos de seus ancestrais. O Benin Voodoo Festival costuma receber visitantes de Cuba, dos Estados Unidos e dos países do Caribe, países cujas culturas foram influenciadas pelo vodu.
             Praticantes de diferentes religiões aproveitam o evento para tentar reencontrar as raízes de seus ancestrais.
           A cerimônia que reúne milhões de pessoas de todo o mundo inicia com o sacrifício de duas galinhas e um bode por um grupo de sacerdotes de vodu do Benin.
Ao mesmo tempo em que os dançarinos circundam a famosa porta do não retorno, os cavaleiros irrompem à galope em direção da praia de areias douradas. Por cima do ruído produzido pelos cascos de cavalos e pelos tambores estão os alto-falantes despejando suas músicas sobre a multidão, que mistura o povo africano e com a realeza ricamente vestida e sacerdotes em transe. Sacerdotes lançam suas bênçãos sobre os fieis e oferecem libações aos deuses. Os Zangbetos com suas roupas de palha rodopiam freneticamente. O espetáculo também mostra aos turistas que, apesar da imagem deturpada de magia negra produzida por filmes B, o Vodu significa muito mais do que bonecos espetados, sacrifícios virgens e zumbis movimentando-se durante a noite dos mortos vivos. O Vodu é uma celebração que abraça os valores de paz e da prosperidade.



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