quinta-feira, 30 de abril de 2015

MECA - UM LUGAR SANTO ...PARTE II

                          C A A B A

O centro da adoração de pedras pelos árabes era Meca.  Esta cidade santa não devia o seu desenvolvimento ao clima,pois que as montanhas de rochas nuas, que quase a cercavam completamente  propiciavam um verão de calor intolerável. O vale era deserto e agreste. Em toda a cidade, conforme sabia Maomé, mal vicejava um jardim. Mas a sua localização _ a meio caminho da costa ocidental, a 48 milhas do Mar Vermelho, tornara-a um conveniente ponto de parada para as longas caravanas, muitas vezes com mil camelos, que faziam o comércio entre a Arábia meridional ( e portanto Índia e África Central) e o Egito, a Palestina e a Síria. Os mercadores que controlavam este comércio formavam sociedades anônimas, dominavam as feiras de Ukaz e conduziam o lucrativo ritual religioso que tinha por objeto a Caaba e a sua sagrada Pedra Preta.

Caaba quer dizer uma estrutura quadrada, é a mesma palavra nossa  cubo.
Na crença dos muçulmanos ortodoxos, a Caaba foi construída ou reconstruída dez vezes. A primeira fora erigida na alvorada da história pelos anjos do céu; a segunda por Adão: a terceira pelo seu filho Seth; a quarta por Abraão e seu filho Ismael, filho de Hagar....a sétima por Quasay, chefe da tribo coraixita O Quraish), a oitava pelos chefes  coraixitas, no tempo de Maomé ( 605\0; a nona e a décima pelos dirigentes muçulmanos em 681 e 696. A décima é substancialmente a  Caaba de hoje. Ergue-se perto do centro de um amplo cercado com pórtico, o Masjid al-Haram ou Mesquita Sagrada. É um edifício de pedra retangular, de 40 pés de comprimento por 35 de largura e 50 de altura.No seu canto sudeste, a cinco pés do solo, na altura exata para beijar,está colocada a Pedra Preta, de material-vermelho escuro, forma oval, de cerca de 7 polegadas de diâmetro. Muitos dos seus adoradores acreditam que essa pedra foi enviada do céu - e talvez seja um meteorito. A maioria deles crê que ela fazia parte da Caaba desde o tempo de Abraão. Os estudiosos muçulmanos interpretam-na como simbolo da parte da progênie de Abraão (Ismael e sua prole) que, repelida por Israel, se tornou,julgam,os fundadores da tribo Coraixita; aplicam eles a essa interpretação uma passagem do salmo CXVIII, 22-3:  " A pedra que os edificadores rejeitaram transformou-os em cabeça da esquina; da parte do Senhor se fez isso" e outra de S.Mateus XXI, 42-3, em que Jesus, depois de citar estas estranhas palavras, acrescenta: " Portanto, eu vos digo que o reino de Deus vos será tirado, e será dado à gente que dê os seus frutos", embora os viris muçulmanos dificilmente pretendam ter cumprido a ética de Cristo.

Dentro da Caaba, nos dias pré-muçulmanos, havia vários ídolos que representavam deuses. Um deles, chamado Alá( Allah) era provavelmente o deus tribal dos coraixitas; três outros eram filhas de Alá: al-Uzza, al-Lat e Manah.Podemos julgar a antiguidade deste panteão árabe pela menção de Al-il-Lat ( al-Lat) por Heródoto,como uma grande deidade árabe. Os coraixitas abriram caminho para o monoteísmo, adorando Alá, como deus principal. Ele foi apresentado aos habitantes de Meca como senhor do seu solo, a quem deviam entregar o dízimo de suas colheitas e os primeiros que nascessem entre os seus animais.Na qualidade de pretensos descendentes de Abraão e Ismael, os coraixitas nomeavam os sacerdotes e guardas do templo e administravam as suas receitas. Uma minoria aristocrática da tribo, como descendentes de Qusay,controlava o governo civil de Meca.


Fonte:
História da Civilização......

terça-feira, 28 de abril de 2015

MECA _ UM LUGAR SANTO PARA MILHÕES DE FIÉIS

                            UMA CIDADE SAGRADA


" E recomenda a toda a humanidade uma peregrinação " Com este mandamento de Alá a Abraão, mais tarde revelado ao profeta Maomé, teve inicio no mundo um dos mais extraordinários fenômenos religiosos , a HAJJ ou peregrinação a Meca. Há mais de 13 séculos que os muçulmanos vão em romaria a este lugar santo na Arábia para rezar e cumprir um dever a que o Islã obriga pelo menos uma vez na vida!
 Vou tentar mostrar aqui  o que fazem os peregrinos nesta jornada espiritual e que significam seus ritos.

" Aqui estamos nós, ´Ala, aqui estamos!
Aqui estamos. Não há outro como Tu.
Aqui estamos nós! Louvado sejas e
abençoado _ Tu e o Teu reino!
Não há outro como Tu!"



Este TALBIYAH, recitado por mais de um milhão e meio de peregrinos muçulmanos, marca o inicio da peregrinação. Os homens são cobertos com mantos brancos, inconsúteis, de algodão com pelos, a cabeça descoberta e chinelas nos pés e as mulheres com apenas o rosto e as mãos expostos. São milhares de peregrinos assim vestido igualmente. Aquela indumentária humilde significa que, por mais diversas que sejam suas posições sociais na vida, todos os muçulmanos devem parecer iguais perante os olhos de Deus.

Num estado de IHRAM ( restrição) _ em que os peregrinos ficam proibidos de cortar as unhas e o cabelo, caçar, discutir ou ter relações sexuais _ milhares se juntam, vindos de todas as partes do mundo. Ali estão cumprindo o principal preceito da religião islâmica, a peregrinação à CAABA ( Ka'ba), um templo de pedra em formato de cubo, com 15 m de altura, que os muçulmanos creem ter sido construído por Abraão e seu filho Ismail, ancestrais do profeta Maomé, para adorarem a Deus.



Um pilar branco assinala o ponto de entrada do território sagrado, um circulo em volta de Meca, pelo qual somente os muçulmanos podem passar. Entoando um TALBIYAH  e com muita emoção, os peregrinos chegam aos arrebaldes da cidade, implantada num vale desértico rodeado de colinas agrestes.
Alguns peregrinos conseguem ir de carro por ruas apinhadas, ladeadas de lojas, em direção à mesquita sagrada, uma construção em forma de P, encimada por sete minaretes. Ali deve-se cumprir a tradicional caminhada conhecida como TAWAF, circundando sete vezes a CAABA. Assim, transportando o PORTÃO DA PAZ, começam a ouvir a melopéia murmurada dos cânticos. No centro do grande pátio aberto da mesquita, a CAABA dominando, majestosa,um mar de gente.

É impossível esquecer essa primeira visão do templo coberto com um pano negro. Cinco vezes, em orações, os muçulmanos, estejam onde estiverem, em qualquer parte do mundo, voltam o rosto para a CAABA, esperando pelo dia em que possam por os seus olhos diretamente nela e tocá-la. Por que é que tanta gente vai venerar aquela tosca construção de pedra cinzenta, em forma de cubo? Não é nenhuma obra de arte nem está adornada de pedras preciosas; e nenhum muçulmano lhe atribui poderes de recompensar ou castigar os fiéis.

A CAABA é a Casa de Deus! Consagrada por Abraão para adorá-Lo. Foi perto desse lugar que nasceu o profeta Maomé, por volta do ano 570 d.C. Quarenta anos depois, o arcanjo Gabriel veio à Terra, trazendo a revelação de que só existia um Deus, e então incumbiu Maomé de livrar a CAABA  de ídolos. O profeta voltou ali oito anos depois da HÉGIRA( sua fuga de Meca para Medina em 622) e, triunfante, embora com humildade, veio encontrar os ídolos tombados, tal como ele recomendara; a CAABA, agora purificada, tornava a dedicar-se ao culto do Deus único.

Através do pátio apinhado, os peregrinos avançam até a PEDRA NEGRA, a única relíquia que ficou do templo original construído por Abraão. Esta pedra sagrada,com 30 m de diâmetro, está encastoada em prata e fica no canto do lado oriental da CAABA;  é ali que começa e termina a TAWAF. Os peregrinos anseiam por tocá-la ou beijá-la, pois acreditam que ela representa a mão direita de Deus, com que vão renovar sua aliança. Arrastados pela maré humana,os devotos vão se deslocando, entoando as orações, na tentativa de chegar junto a pedra e tocá-la pelo menos uma vez.

A CAABA ergue-se diante de todos como se fosse um ouvido de Deus querendo escutar as fervorosas preces de suas humanas criaturas. Como súditos suplicantes dos favores de um rei aos pés do seu trono, os peregrinos circundam a Casa do Senhor, derramando lágrimas,implorando bênçãos e pedindo Sua companhia no paraíso.
Ao completar o ritual da TAWAF, os devotos vão beber a excelente água mineral do poço de Zamzam, onde Ismail e Hagar mitigaram sua sede. O menino Ismail e sua mãe Hagar, segundo reza a tradição, foram abandonados num vale desolado. Desesperada, Hagar procurou água por toda a parte. Então um anjo revelou-lhe Zamzam. Mais tarde, perto desse poço,Abraão e Ismail construíam a Casa de Deus e a cidade de Meca desenvolveu-se à volta dela.

Depois da TAWAF,os peregrinos integram-se na cerimônia da SA'Y, fazendo várias caminhadas de oração entre as colinas de Safa e Marwah, que agora se encontram no recinto da Mesquita Sagrada. Esse rito reconstitui as jornadas de Hagar em busca de água, antes de ser conduzida a Zamzam. Chegando no princípio ou no fim da época das peregrinações ( que anualmente começa do  décimo mês do calendário lunar muçulmano, avançado onze dias em relação ao calendário gregoriano), qualquer muçulmano terá de passar a véspera do nono dia do décimo segundo mês na aldeia de Mina, a uns 6,5 km a leste de Meca. Seguindo o que foi feito pelo profeta, todos os peregrinos vão repousar nessa aldeia antes do dia amanhecer. Este é o ponto alto de todos os ritos da HAJJ e nele os peregrinos se plantam na planície de Aarafat, suportando temperaturas altíssimas, que ultrapassam muitas vezes 43 C e ali ficam, de pé, rezando do meio-dia até o por-do-sol.
Mais de um milhão  e meio de devotos em pé, sob um sol escaldante, naquela planície árida e pedregosa, deixando para trás riquezas e status, e humildemente orando pela remissão dos pecados e pela salvação de todos os muçulmanos. É um espetáculo inesquecível, impressionante!

Pouco depois do  crepúsculo começa o rush dos peregrinos em sentido inverso. No regresso à Mina, eles param em Muzdalifah para passar a noite. Ali rezam novamente, como fez o profeta, e durante os dias seguintes cada um dos devotos atirou, pelo menos, 49 pedras nos " pontos de lapidação de Satã", de Mina. Esses pilares _ afastados mais de 120 metros uns dos outros e cada um circundado por uma cerca da altura do ombro, para receberem as pedras _ simbolizam as forças do mal, e apedrejá-los representa a luta de cada um, combatendo o MAL durante uma vida inteira. No décimo dia do mês os muçulmanos celebram o 'ID al-ADHA ( Festival do Sacrifício), que marca o fim da época da peregrinação. Nessa ocasião sacrifica-se um animal, assim comemorando a salvação de Ismail.

Pouco depois da meia-noite, muitos vão de carro de Muzdalifah para Meca, parando por pouco tempo em Mina para a primeira parte da cerimônia da lapidação. Depois voltam à Mesquita Sagrada a fim de cumprir a TAWAF devida após a peregrinação a Aarafat, seguida pelo ritual da SA'Y. Então cada um deixa cortar um pedaço dos cabelos, com isso simbolizando o fim do IHRAM.

Que  é que impele os muçulmanos a empreenderem com tanto entusiasmo e amor uma jornada assim, que envolve tamanhos sacrifícios, sofrimentos e privações? Que significado tem todos aqueles rituais?
A glória do Islã reside em seu reconhecimento e em sua satisfação das diversas carências do homem.Purificados e libertos dos pecados de cada um, são encorajados a prosseguir com suas metas materiais e intelectuais, sendo recompensados por Deus ao tê-las alcançado. E não devem esquecer sua origem _ Deus, Criador de tudo_ para cujo seio haverão de retornar. Com essa finalidade cumprem obrigações rituais chamadas os CINCO PILARES DO ISLÃ. Além da fé, oração, caridade e jejum, tais deveres incluem em que se veem frente a frente e podem tocar a CAABA ( ponto máximo do Islã e símbolo da unidade de todos). Nessas crenças e observâncias simples e claras, um muçulmano sente-se unido a seus irmãos de fé ( atualmente mais de dois bilhões), fazendo do Islamismo a segunda religião do mundo.
Ao menos uma vez na vida um muçulmano anseia libertar-se dos problemas e das frivolidades da vida cotidiana, para ir ao lugar onde nasceu seu profeta e à Casa do seu Senhor. Aí, com seus irmãos, procura alimento espiritual e salvação. A HAJJ significa o regresso a  suas origens. Eles se alegram com essa jornada e isso  enche de alegria o coração de cada um dos peregrinos.

A agreste aspereza daquele vale desértico só serve para acentuar a aura sagrada do lugar. Eles não podem ir em peregrinação esperando passar dias agradáveis, com deslumbrantes panoramas, boa comida e diversão. Deus escolheu aquele lugar unicamente para todos os peregrinos ali o adorarem. Já é uma recompensa irem lá puramente por amor a Ele. Esse é o clímax espiritual, o ponto máximo da vida de cada muçulmano!


Segundo os dados atuais , baseados em 2,5 mil estudos feitos em 230 países e territórios, os muçulmanos formam o segundo maior grupo religioso, com 1,6 bilhão de pessoas, ou 23,2% do total.
Dos muçulmanos, entre 87% e 90% são sunitas e entre 10% e 13% são xiitas. Esses números são imprecisos pois esse tipo de pesquisa por subgrupo é raramente feita em muitos países e nunca foi realizada oficialmente em alguns. Em um outro estudo sobre a população muçulmana de 2009, mostrou que a maioria dos xiitas (entre 68% e 80%) vivem em apenas quatro países: Irã, Paquistão, Índia e Iraque.
 A maior parte dos muçulmanos (61,7%) vive na região da Ásia-Pacífico, onde estão os quatro países com mais muçulmanos no mundo: Indonésia, Índia, Paquistão e Bangladesh. Em seguida aparecem o Oriente Médio e o Norte da África (19,8%) e a África Subsaariana (15,5%).
É importante notar que a Europa responde por apenas 2,7% dos muçulmanos do mundo, mas eles são quase 43,5 milhões, o equivalente a 5,9% da população europeia. É uma porcentagem pequena, mas as comunidades muçulmanas costumam ser muito visíveis e, às vezes, muito ativas, o que ajuda a explicar as tensões no continente.
Baseado no National Geographic.....
Seleções do Reader's Digest....
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sexta-feira, 24 de abril de 2015

DIA DO SAMURAI



SAMURAI  era como um soldado existente na aristocracia do Japão, de 1100 até 1867.Com a restauração Meiji, a sua era, já em declínio, teve o seu fim. Suas principais características eram a grande disciplina, a lealdade e sua grande habilidade com a katana.
                      SAMURAIS, 1880

O processo histórico que culminou na formação da casta social dos samurais teve início já no século VIII. Mas foi apenas com o estabelecimento do primeiro xogunato , no final do  século XII, é que teve início o período de sete séculos de dominação política e social samurai sobre o povo japonês, que terminou com a Restauração Meiji e a queda  do Terceiro Xogunato , na segunda metade do século XIX.
O samurai era uma pessoa muito rígida moralmente, tanto que se seu nome fosse desonrado ele executaria o seppuku pois em seu código de ética era preferível morrer com honra a viver sem a mesma.

SEPPUKU era um suicídio honrado de um samurai em que usa uma tanto (faca) e com ela enfia no estômago e puxa-a para cima eviscerando-o. Uma morte dolorosa e honrada.
Inicialmente, os samurais eram apenas coletores de impostos   e servidores civis do império. Era preciso homens fortes e qualificados para estabelecer a ordem e muitas vezes ir contra a vontade dos camponeses.

Posteriormente, por volta do século X foi oficializado o termo  "samurai", e este ganhou uma série de novas funções, como a militar. Nessa época, qualquer pessoa  podia tornar-se um samurai, bastando para isso adestrar-se no KOBUDO ( artes marciais samurais)manter uma reputação e ser habilidoso o suficiente para ser contratado por um senhor feudal. Assim foi até o xogunato dos TOKUGAWA iniciado em 1603, quando a classe dos samurais passou a ser uma CASTA. Assim, o título de "samurai" começou a ser passado de pai para filho.

O samurai mais famoso de todos os tempos foi MIYAMOTO MUSASHI( 1584-1645), um guerreiro que veio do campo, participou da batalha  de Sekigaharae iniciou um longo caminho de aperfeiçoamento. Ele derrotou os Yoshioka em Edo  (atual Tóquio) e venceu o grande  Sasaki Kojiro  outro grande samurai.
Pelo fim da ERA TOKUGAWA os samurais passaram a ser  burocratas aristocráticos ao serviço dos DAIMIÔ, com as suas espadas servindo para fins cerimoniais. Com as reformas da ERA MEIJI no final do século XIX, a classe dos samurais foi abolida e foi estabelecido um exército nacional ao estilo ocidental. O rígido código samurai, chamado BUSHIDO, ainda sobrevive, no entanto, na atual sociedade japonesa, tal como muitos outros aspectos do seu modo de vida.

Os Samurais, como classe social, deixaram de existir em 1868, com a Restauração Meiji , quando o IMPERADOR DO JAPÃO retomou o poder do país.
Seu legado continua até nossos dias, influenciando não apenas a sociedade japonesa, mas também o ocidente!
O nome "samurai" significa, em japonês, "aquele que serve". Portanto, sua maior função era servir, com total lealdade e empenho, o Imperador. Em troca disso recebiam privilégios terras e/ou pagamentos, que geralmente eram efetuados em arroz,, numa medida denominada koku, (200 litros).

Um termo mais apropriado para Samurai é BUSHI (significando literalmente "guerreiro ou homem de armas") que era usado durante o PERÍODO EDO. No entanto, o termo "Samurai" refere-se normalmente à nobreza guerreira e não por exemplo à infantaria  alistada. Um samurai sem ligações a um clã  ou daimyõ era chamado de RONIN (literalmente "homem-onda"). Rōnin são também samurais que largaram a sua honra ou aqueles que não cumpriram com o SEPPUKU que significa dividir a barriga, de modo a repor a honra do seu clã ou família. Samurais ao serviço do Han eram chamados de hanshi.

Era esperado dos Samurais que eles não fossem analfabetos e que fossem cultos até um nível básico, e ao longo do tempo, durante a era Tokugawa (também chamada de PERÍODO EDO), eles perderam gradualmente a sua função militar.

Após tornar-se um BUSHI (guerreiro samurai), o cidadão e sua família ganhavam o privilégio do sobrenome. Além disso, os samurais tinham o direito(e o dever) de carregar consigo um par de espadas  à cintura, denominado "DAISHÔ": um verdadeiro simbolo samurai. Era composto por uma espada curta  chamada wakizashi, cuja lâmina tinha aproximadamente 40 cm, e uma grande,chamada katana  com lâmina de 60 cm. Tal relação de suserania e vassalagem era muito semelhante à da Europa Medieval, entre os senhores feudais e seus cavaleiros.Entretanto, o que mais difere o samurai de quaisquer outros guerreiros da Antiguidade é o seu modo de encarar a vida e seu peculiar CÓDIGO DE HONRA E ÉTICA.


Todos os samurais dominavam o manejo do arco e flechas.. Alguns usavam também bastões, lanças e outras armas como a  foice corrente chamada kusarigama e jutte. 
Eram chamados de ronin os samurais desempregados: aqueles que ainda não tinham um daimyo para servir ou quando o senhor dos mesmos morria ou era destituído do cargo.
Os samurais obedeciam a um CÓDIGO DE HONRA específico não-escrito denominado BUSHIDÔ (caminho do guerreiro). Segundo esse código, os samurais não poderiam demonstrar medo ou covardia diante de qualquer situação.

Havia uma máxima entre eles: a de que a vida é limitada, mas o nome e a honra podem durar para sempre. Por causa disso, esses guerreiros prezavam a honra  a imagem pública e o nome de seus ancestrais acima de tudo, até da própria vida.
A morte para o samurai, era um meio de perpetuar a sua existência. Tal filosofia aumentava a eficiência e a não-hesitação em campos de batalha, o que veio a tornar o samurai, segundo alguns estudiosos, o mais letal de todos os guerreiros da Antiguidade.

Talvez o que mais fascine os ocidentais no estudo desses lendários guerreiros é a determinação que eles tinham em frequentemente escolher a própria morte ao invés do fracasso. Se derrotados em batalha ou desgraçados por outra falha, a honra exigia o suicídio em um ritual denominado HARAKIRI ou SEPPUKU. Todavia, a morte não podia ser rápida ou indolor. O samurai fincava a sua espada pequena no lado esquerdo do abdômen cortando a região central do corpo, e terminava por puxar a lâmina para cima, o que provocava uma morte lenta e dolorosa que podia levar horas. Apesar disso o samurai devia demonstrar total autocontrole  diante das testemunhas que assistiam ao ritual. No entanto, dispunham de um assistente neste momento, que deceparia sua cabeça ao menor sinal de fraqueza para que sua honra fosse igualmente preservada. Normalmente eram escolhidas pessoas próximas (familiares, amigos) da pessoa que estava cometendo o seppuku para ajudar como assistente. Tal "cargo" era considerado de grande honra.

A morte, nos campos de batalha, quase sempre era acompanhada de decapitação. A cabeça do derrotado era como um troféu, uma prova de que ele realmente fora vencido. Por causa disso, alguns samurais perfumavam seus elmos com incenso antes de partirem para a guerra, para que isso agradasse o eventual vencedor. Samurais que matavam grandes generais eram recompensados pelos seus daimyo, que lhe davam terras e mais privilégios.

Ao tomar conhecimento desses fatos, os ocidentais geralmente avaliam os samurais apenas como guerreiros rudes e de hábitos grosseiros, o que não é verdade. Os samurais destacaram-se também pela grande variedade de habilidades que apresentaram fora de combate. Eles sabiam amar tanto as artes como a esgrima e tinham a alfabetização como parte obrigatória do currículo. Muitos eram exímios poetas, calígrafos,pintores e escultores. Algumas formas de arte como o IKEBANA(arte dos arranjos florais) também eram de uso dos samurais. A arte do Chanoyu (arte do chá) eram também consideradas artes marciais pois treinavam a mente e as mãos do samurai.

O caminho espiritual também fazia parte do ideal de homem perfeito que esses guerreiros buscavam. Nessa busca os samurais descobriram o Zen-Budismo como um caminho que conduzia à calma e à harmonia.
Os samurais eram guerreiros que davam muita importância ao seu clã (família) por isso se algum membro da família do samurai morresse por assassinato ele teria que matar o assassino para assim reconquistar sua honra.

Os samurais prezavam particularmente o treinamento militar. Através das artes marciais, era fortalecida tanto a sua técnica quanto o seu espírito. Mais do que acertar um alvo com sua flecha ou cortar algo com sua espada, um samurai sempre visava refinar seu espírito, com a autodisciplina e o autocontrole, para assim estar sempre preparado para as situações mais adversas possíveis.
Tal preocupação com o espírito que ajudou as artes Samurai a se salvar de sua extinção na Restauração Meiji (época em que os samurais viraram burocratas a serviço do governo). O Kobudo, como são conhecidos os estilos de combate criados pelos samurais ainda é praticado até nossos dias. O Kobudo envolve uma grande gama de armas diferente e técnicas, como o Kenjutsu (arte de combater com espadas), Iaijutsu (arte de desembainhar a espada em combate), Naginatajutsu (luta com alabarda), Sōjutsu ou Yarijutsu (arte da lança), Jojutsu e Bōjutsu e uma forma de Taijutsu. A maioria destas artes tiveram versões modernizadas (Gendai budō) no século XX, como o KendōIaidō,Jōdō, Aikido, Judô e Jiu-Jitsu por exemplo. Tanto o Kobudo como o Gendai Budo são praticados hoje em dia, muitas vezes se complementando.


Uma armadura típica dos samurais era composta por diversos detalhes importantes, sofrendo mudanças de acordo com o período histórico, o clã e a classe do samurai. As usadas para batalhas a cavalos, chegavam a pesar até quarenta quilos.
  • Suneate: Duas lâminas verticais presas na tíbia por juntas ou correntes.
  • Haidate: Protetor de coxas , com a parte inferior sobreposta de lâminas demetal ou couro.
  • Yugate: Luvas  feitas de couro.
  • Kotê: São as mangas  que protegiam os antebraços e os punhos, poderiam ser feitas de diversos materiais, como tecido, couro ou lâminas de metal.
  • Dô: Protetor para o abdômen.
  • Kusazuri: Um tipo de saia feita de lâminas de metal presas a um cinto de couro e amarradas no , servia para proteger o quadril e as coxas.
  • Uwa-obi: Cinto feito de linho e algodão que amarrava o .
  • Sode: Protetor de ombros  feito de lâminas de metal.
  • Hoate: Máscara que variavam muito de modelo, conforme o período.
  • Kabuto: Capacete, que também variavam muito de modelo, conforme o período. Simbolizavam o poder e status do samurai.
  • Horo: Capa, feita de seda utilizada como aparador de flechas, também levava consigo o desenho do clã o qual o samurai participava.

Fontes: Wikipédia
História das Civilizações
Hist´ria do Japão

domingo, 19 de abril de 2015

TORRE DE SÃO MARCOS

Durante mais de mil anos,o magnifico campanário de 99 m dominado por um anjo dourado representou  um dos traços marcantes da praça do mesmo nome, em Veneza, Itália. Já em 1902, inclinava-se ela um pouco mais de um metro. Em 14 de julho,desse mesmo ano, abriu-se, subitamente, uma brecha na parede oriental e pouco depois a torre inteira desabava, restando dela apenas um monte de tijolos e pedaços de mármore, com 30 metros de altura.

O campanário, orgulho dos venezianos,foi reconstruído em 1908, reprodução exata do  anterior. Atualmente existe, em Veneza, outras torres inclinadas.


O Campanário é um dos símbolos de Veneza.   Suas formas são simples, e o seu corpo principal é uma coluna de tijolos, de 12 m de lado e 50 m de altura, sobre a qual assenta o campanário com arcos, que aloja cinco sinos. Tem no topo um cubo, em cujas faces estão representados leões (o símbolo de São Marcos) e a representação feminina de Veneza (la Giustizia: a Justiça). A torre é coroada por uma agulha piramidal, no extremo da qual se encontra um cata-vento dourado com a figura do Arcanjo Gabriel. O campanário original, de cuja construção inicial do século IX nada resta hoje, tem a forma atual desde 1514. 
A entrada é paga e deve-se reservar horário.

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                                           TORRES ASSINELLI  E  GARISENDA


Estas duas torres, a apenas 6 m uma da outra, produzem uma sensação de vertigem. A ASSINELLI, que apresenta uma inclinação de 2,23 m, mede 97,5 m de altura e é extremamente delgada. O desvio mal chega a ser percebido, já que a  GARISENDA, sua vizinha imediata, se afasta 3 m da perpendicular numa altura de 50 m.

Ambas as estruturas se foram inclinando gradativamente desde o século XII e hoje subsistem como curiosidades arquitetônicas, desviadas da vertical em direções opostas.

O ponto de partida para as atrações de Bolonha é obrigatoriamente o seu símbolo - as duas torres inclinadas. A torre mais alta tem o nome Asinelli, a mais inclinada de Garisenda. São os últimos exemplares das numerosas torres (cerca de 200) que foram construídas pelas famílias nobres da cidade, no século XI.
 A  ASSINELLI, construída entre 1109 e 1119 por uma família com o mesmo nome, esta torre,  500 degraus e uma inclinação de 2,23 m, é uma das quatro mais altas de Itália, a seguir às de Cremona, Siena e Veneza. 
No século XIV a torre passou a pertencer à cidade e a funcionar como uma prisão. A sua base é cercada por uma fortaleza, construída em 1488, para abrigar os soldados que estavam de guarda.  Ao longo dos tempos, a torre, devido à sua altura, foi sofrendo diversos danos causados por raios  que provocaram incêndios e desabamentos.
Nos séc. XVII e XVIII foi utilizada pelos cientistas Giovanni Battista Riccioli e Giovanni Battista Guglielmini para estudos experimentais sobre o movimento dos corpos pesados e a rotação da terra. 
Durante a II Guerra Mundial foi utilizada como posto de vigia pelos aliados, que desta forma determinavam os locais a atingir pelos bombardeamentos.
Esta torre está aberta ao público, contudo, é desaconselhada a subida a pessoas com problemas cardíacos ou respiratórios. 

A estrutura é toda em madeira, quase não há janelas. As escadas são muito estreitas, não se cruzam duas pessoas nos degraus, tornando necess´rio aguardar nos pisos intermediários para subir  ou descer. São necessários momentos de pausa, porque a subida é bem violenta! 

A TORRE GRISENDA é a menor das duas torres. Um abatimento do solo fez com que se inclinasse cerca de 3 m em relação ao solo. è um visão impressionante, quando de veem da Via Zamboni.

Presumi-se que tenha sido construída em 1100 pela família Grisenda. Com uma altura inicial  de 60 m. a torre foi diminuída para os 48 m atuais, no séc. XIV, devido ao risco de colapso.
Esta torre impressionou Dante que a incluiu na Divina Comédia:

-" Qual pare a riguardar la Grisenda
sotto l' chiato, quando un nuvol vada
sovr'essa si, che ella incontro penda;
tal parve Anteo a me che stava a  bada
di vederio chinare..."
( Divina Comédia, Inferno...XXXI, 136-140)


No séc. XV essa torre foi adquirida pelo Arte dei Drappieri que se manteve como único proprietário até esta se ter tornado propriedade municipal no final do séc. XIX.


A frente das duas torres está a estátua de São Petrônio.


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                                                        TORRE NOVA

Este magnifico campanário, em Saragoça, construído no século XVI era conhecido no mundo inteiro por sua perfeição arquitetônica. Contudo, havia começado a inclinar-se  perceptivelmente  desde sua edificação e já em 1847 registrava uma inclinação de 3 m.
Foi exigida sua demolição, mas iriam transcorrer 50 anos antes que levassem a cabo a obra de desmontá-la pedra por pedra, para evitar uma tragédia.

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