Toda grande obra literária conduz o leitor numa viagem. Na literatura clássica, a "Odisséia" de Homero e a " Eneida" de Virgilio nos levam à descoberta de um mundo mítico.A primeira narrativa moderna, " O Infernos de Dante', começa com uma caminhada através da mata escura e um encontro com Virgílio, que guia o autor por uma espiral descendente até o coração do inferno. Em agosto de 1899, Sigmund Freud, enquanto dava os últimos retoques em sua obra maior, " A interpretação dos sonhos", escreveu ao amigo Wilhelm Fliess sobre o livro: "É todo planejado segundo o modelo de uma caminhada imaginária". Por mais peculiares que sejam aquelas jornadas literárias, este passeio ao qual nos conduz o médico vienense deve ser uma das mais estranhas viagens de todos os tempos.
Até a data de publicação do livro é curiosa. Na realidade, ele veio a público em 1899, mas trazia impressa a data de 1900. Assim, situado na virada do calendário, projetava-se sobre o século XX, que iria transcorrer à sua sombra.Também o título parece estranho para um trabalho científico.A ciência pode tentar explicar os sonhos, mas apenas a literatura popular ou os escritores pré-científicos afirmavam poder interpretá-los.
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